A dermatite atópica (DA) ou eczema atópico é uma doença cutânea inflamatória recorrente, crônica, não infecciosa, caracterizada por lesões avermelhadas e coceira persistente na pele. A dermatite atópica é uma condição comum e, geralmente, está associada a outros processos alérgicos, como bronquite, rinite alérgica, asma e alergia alimentar1, 2.  Recentemente, a DA também foi associada à outras patologias como hipertensão, diabetes ou doenças cardíacas, bem como doenças autoimunes e transtornos mentais2. Sua prevalência é significativamente mais alta em crianças do que em adultos, atingindo cerca de 15-20% e 2-3% da população, respectivamente1, 2. Esta doença se desenvolve em, cerca de, 50-60% dos casos no primeiro ano de vida, e 90% dos pacientes têm até cinco anos de idade2.

 

A incidência da DA vem aumentando consideravelmente nas últimas décadas, não apenas em países desenvolvidos, mas também nos que estão em desenvolvimento2. A etiologia da DA ainda não foi totalmente esclarecida, mas sugere-se que as causas possam estar relacionadas a fatores genéticos, ambientais e nutricionais, além da má formação da barreira cutânea e do mau funcionamento do sistema imunológico3, 4.

 

O magnésio (Mg) é o quarto elemento mais abundante no corpo humano, atrás apenas do cálcio, do potássio e do sódio5, ele desempenha papel fundamental nas atividades enzimáticas do organismo, atuando como cofator em mais de 600 reações metabólicas, que incluem a resposta imune5, 6. Esse mineral é um cofator para a síntese de imunoglobulinas, adesão de células imunes, citólise dependente de anticorpos, resposta de macrófagos a linfocinas e adesão de células T-B, e sua deficiência está associada a respostas inflamatórias exageradas7.

 

Em relação à dermatite atópica, baixos níveis de magnésio sérico têm sido associados com a ocorrência dessa condição alérgica3. Estudos pré-clínicos revelaram que camundongos submetidos a um dieta deficiente em magnésio apresentaram níveis aumentados de citocinas pró-inflamatórias8 e desenvolveram lesões cutâneas com padrão semelhante ao da DA9. Em humanos, um estudo conduzido com 92 crianças acometidas por DA e 70 crianças saudáveis verificou que o grupo DA apresentou níveis, significativamente, mais baixos de magnésio sérico, quando comparado com os do grupo controle7. Já em adultos, a prevalência de hipomagnesemia foi de 0% em indivíduos saudáveis e de 16,7% em indivíduos com DA10.

 

A administração de magnésio em pacientes com DA ainda não é muito explorada, mas resultados promissores foram observados em relação aos efeitos antioxidantes da suplementação de Mg em crianças com asma alérgica11. Um estudo conduzido no Brasil, avaliou o efeito do consumo de magnésio em crianças e adolescentes com asma moderada a persistente. Os autores concluíram que o grupo intervenção apresentou diminuição dos episódios de crises de asma e menos respostas imunes dermatológicas induzidas por alérgenos, melhorando assim, o controle dos sintomas e a qualidade de vida dos participantes12.

 

Além disso, a maioria da população saudável corre o risco de ingestão insuficiente de magnésio devido à diminuição da presença desse mineral na dieta ocidental moderna, caracterizada por um amplo uso de água desmineralizada, alimentos processados ​​e práticas agrícolas que usam solo deficiente em magnésio para o cultivo de alimentos5. Neste sentido, seria interessante procurar um profissional da saúde a fim de avaliar a quantidade de magnésio no organismo e, se caso houver a necessidade, suplementar este mineral, principalmente em indivíduos com dermatite atópica.

 

 

Referências: 

  1. Asher MI, Montefort S, Bjorksten B, Lai CK, Strachan DP, Weiland SK, et al. Lancet. 2006;368(9537):733-43.
  2. Sroka-Tomaszewska J, Trzeciak M. Int J Mol Sci. 2021;22(8).
  3. Vaughn AR, Foolad N, Maarouf M, Tran KA, Shi VY. J Altern Complement Med. 2019;25(6):567-77.
  4. Kanda N, Hoashi T, Saeki H. J Nippon Med Sch. 2021;88(3):171-7.
  5. Fiorentini D, Cappadone C, Farruggia G, Prata C. Nutrients. 2021;13(4).
  6. de Macêdo ÉMC, Amorim, M. A. F., da Silva, A. C. S., & de Castro, C. M. M. Revista Paulista de Pediatria. 2010;28(3):329-36.
  7. Toyran M, Kaymak M, Vezir E, Harmanci K, Kaya A, Ginis T, et al. J Investig Allergol Clin Immunol. 2012;22(5):341-4.
  8. Weglicki WB, Phillips TM, Freedman AM, Cassidy MM, Dickens BF. Mol Cell Biochem. 1992;110(2):169-73.
  9. Eichenfield LF, Hanifin JM, Luger TA, Stevens SR, Pride HB. J Am Acad Dermatol. 2003;49(6):1088-95.
  10. Rattanatayarom W, Udompataikul M, Arayaskul S, Classen A, Classen H. Trace Elements and Electrolytes. 2015;33.
  11. Bede O, Nagy D, Surányi A, Horváth I, Szlávik M, Gyurkovits K. Inflamm Res. 2008;57(6):279-86.
  12. Gontijo-Amaral C, Ribeiro MA, Gontijo LS, Condino-Neto A, Ribeiro JD. Eur J Clin Nutr. 2007;61(1):54-60.

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