Com as taxas de obesidade aumentando em nível global, mais pessoas estão optando pela cirurgia bariátrica como um instrumento para reduzir complicações metabólicas e mecânicas do excesso de peso.
 

Os procedimentos laparoscópicos são os preferidos, uma vez que estão associados a   menores taxas de morbidade e mortalidade. A banda gástrica ajustável (adjustable gastric banding), o bypass em Y de Roux (Roux-en-Y gastric bypass, RYGB), a gastrectomia vertical (sleeve gástrico, SG), o desvio biliopancreático (biliopancreatic diversion, BPD) e o BPD duodenal switch (BPD/DS) são os principais procedimentos realizados.
 

A cirurgia bariátrica continua sendo uma intervenção disponível àqueles que buscam a perda de peso. É um procedimento que apresenta como resultado melhora no quadro das comorbidades relacionadas à obesidade e um significativo declínio no índice de mortalidade. Por outro lado, está associada ao risco de deficiências de minerais, o que torna importante uma triagem de rotina desses pacientes.
 

A suplementação é fundamental para prevenir e tratar essas deficiências, entre as quais são mais comuns as de ferro, vitamina B12, cálcio com vitamina D. O uso de alimentos fortificados pode trazer benefícios aos que enfrentam essa situação, e a educação nutricional é essencial para prevenir deficiências e proporcionar maior qualidade de vida.
 

Hoje vamos dar destaque ao cálcio. Esse mineral é absorvido, principalmente, no duodeno e no jejuno proximal e sua absorção é facilitada pela vitamina D em um ambiente ácido.
 

Os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica correm o risco de deficiência de cálcio por vários mecanismos:
 

– A absorção do cálcio é prejudicada após RYGB, BPDDS e SG, devido à diminuição da área superficial de absorção. Por exemplo: a anatomia do pós-cirúrgico RYGB elimina o duodeno e o jejuno proximal e, embora o cálcio possa ser absorvido passivamente durante todo o restante do intestino, a absorção diminui de 33%, no pré-operatório, para 7%, no pós-operatório.
 

– Após a cirurgia, os indivíduos podem desenvolver aversão a itens alimentares específicos, levando à deficiência de micronutrientes. Frequentemente, pacientes desenvolvem intolerância à lactose ou aversão ao leite, uma das principais fontes de cálcio.
 

– É comum existirem altas taxas de deficiência de micronutrientes entre a população obesa antes da cirurgia devido a hábitos alimentares inadequados.
 

A redução do cálcio observada após procedimentos bariátricos comumente causa hiperparatiroidismo secundário. Além disso, essa redução somada à insuficiência de vitamina D (relatada em 50-60% dos pós-operatórios, apesar da suplementação), contribui para a perda óssea pós-operatória. Para prevenir essas patologias e potencialmente reduzir a taxa de nefrolitíase após procedimentos mal absortivos, recomenda-se suplementação com cálcio após cirurgia bariátrica.
 

É consenso que todos os pacientes, após a cirurgia bariátrica, devem tomar suplementos de cálcio, mas a dose apropriada diária de cálcio e o tipo de suplemento recomendado podem variar de acordo com o procedimento cirúrgico e as características de cada paciente. Apesar de se saber que o cálcio deve ser administrado em doses divididas ao longo do dia, para otimizar a saúde óssea global, a forma preferida de suplementação de cálcio pode gerar dúvidas.
 

O citrato de cálcio oferece algumas vantagens quando comparado ao carbonato de cálcio: é um sal mais bem absorvido na ausência de produção de ácido gástrico, característica comum de muitos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica; pode ser tomado com ou sem refeições, ao passo que o carbonato de cálcio precisa ser consumido com as refeições para aumentar a absorção intestinal. Por outro lado, preparações de carbonato de cálcio são facilmente disponíveis em formas mastigáveis, que são mais bem toleradas logo após a cirurgia.
 

Neste ponto, vale ressaltar uma informação importante sobre os produtos fortificados de cálcio. Eles podem servir como fontes auxiliares para a recuperação dos níveis adequados de cálcio no organismo ou prevenção de deficiências.
 

Destacamos, aqui, alguns compostos de excelente qualidade para uso em alimentos fortificados: o Cálcio Citrato Malato (CCM), que é formado por cálcio ligado ao ácido cítrico e ácido málico na proporção 6:2:3 e confere absorção quase duas vezes maior que o cálcio proveniente do leite e de sais como carbonato, citrato e fosfato. Há também o Calci-K® (Cálcio, fósforo e potássio complexados) e o DimaCal® (Dicálcio malato). São todos produtos de qualidade atestada pela Albion, aprovados para uso em alimentos e que reúnem características como a de não alterar as propriedades organolépticas dos alimentos fortificados, dissolver rapidamente em alimentos líquidos, dispensando o uso de agentes de suspensão, além de conferir biodisponibilidade superior à dos outros compostos disponíveis no mercado.
 

É fundamental que a suplementação seja adequada para corrigir e/ou prevenir o desenvolvimento de hipocalcemia e, quanto mais eficiente o tipo de composto de cálcio usado, melhor será o resultado, lembrando que o risco de deficiência nutricional após a cirurgia bariátrica, entre os pacientes submetidos a esse procedimento, requer acompanhamento individualizado ao longo da vida e auxilia na condução de uma vida mais saudável.
 

 

Referências bibliográficas
 

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA BARIÁTRICA E METABÓLICA. Técnicas cirúrgicas. Disponível em: <http://www.sbcbm.org.br/wordpress/tratamento-cirurgico/cirurgia-laparoscopica/>. Acesso em: 09/10/2017.

SMELT, H. J. M.; POUWELS, S.; SMULDERS, J. F. The clinical dilemma of calcium supplementation after bariatric surgery: calcium citrate or calcium carbonate that is the question? Obesity Surgery, v. 26, p. 2781-82, 2016.

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