O zinco é um micronutriente cofator de diversas enzimas envolvidas na transcrição do DNA e na síntese proteica. E como a transcrição do DNA é a maior parte do desenvolvimento dos gametas, acredita-se que o zinco seja importante para a reprodução!

 

Você sabia?
 

Os gametas humanos são os espermatozoides e os óvulos.
 

Os espermatozoides são as células reprodutivas masculinas e são formados nos túbulos seminíferos, uma região dos testículos.
 

Os gametas femininos são os óvulos, também chamados de ovócitos ou oócitos secundários.
 


A nutrição é importante para a síntese do DNA, pois a maioria dos compostos essenciais para esse processo são derivados da dieta. E dentre as enzimas envolvidas na síntese de DNA, várias são dependentes de zinco.
 

Além disso o zinco também possui propriedades antioxidantes. Os antioxidantes protegem o DNA e outras moléculas importantes da oxidação e de danos, que sem essa proteção induziria a eliminação dessas moléculas. Associações entre baixos níveis de antioxidantes e a ocorrência de abortos espontâneos e malformações congênitas já foram descritas.
 

Além disso, as proteínas dedos de zinco (proteínas nas quais o zinco desempenha papel estrutural) estão implicadas na expressão genética de receptores de hormônios sexuais.
 

Nas mulheres, o zinco desempenha papel no desenvolvimento sexual, na ovulação e no ciclo menstrual.
 

→ A deficiência de zinco em coelhos fêmeas resultou em desinteresse sexual e em falha na ovulação. Além disso, o endométrio destes animais era inativo e as coelhas incapazes de conceber.
 

→ A deficiência de zinco também é associada a ciclos menstruais irregulares (ciclos estrais no caso de animais/fêmeas).
 

→ A taxa de prenhez em macacas com deficiência de zinco foi significativamente menor, devido a interrupção nos ciclos estrais.
 

Nos homens, o zinco tem sido implicado no desenvolvimento dos testículos, maturação do esperma e síntese de testosterona.
 

→ Nos órgãos genitais masculinos, as concentrações de zinco são mais altas em comparação com outros tecidos e fluidos corporais, particularmente na próstata. E estudos mostraram que a deficiência de zinco resulta em crescimento testicular reduzido.
 

→ Baixos níveis de zinco no sêmen têm sido correlacionados com a diminuição do potencial de fertilidade.

→ A suplementação com zinco em indivíduos previamente deficientes aumentou a contagem de espermatozoides, impulsão sexual e níveis de testosterona em homens adultos.
 

→ A deficiência grave de zinco também afeta a qualidade do esperma, uma vez que o zinco é um elemento traço essencial para a manutenção das células germinativas, regulação da espermatogênese e motilidade espermática.
 

→ O zinco também pode agir sobre os sistemas hormonais relacionadas com o desenvolvimento sexual como um cofator enzimático de ligação a hormônios, como a testosterona. A deficiência de testosterona, como consequência da deficiência de zinco foi descrita em crianças com retardo de crescimento, sendo que o tratamento com este micronutriente aumentou os níveis desse hormônio.
 

Um efeito marcante da deficiência de zinco em seres humanos e animais é o desenvolvimento do hipogonadismo. Esta é uma condição em que há diminuição da função das gônadas (ovários ou testículos), que por sua vez têm duas funções principais: produzir hormônios sexuais; e produzir os óvulos (femininos) ou os espermatozoides (masculinos). 

 

Zinco e espécies reativas de oxigênio (ROS)
 

O zinco também têm propriedades antioxidantes que neutralizam as ROS e protegem as células contra o stress oxidativo causado por elas.
 

As ROS influenciam a compactação do DNA e a estabilidade e motilidade dos espermatozoides, mas em excesso podem levar a danos no DNA, em proteínas ou em membranas celulares.
 

A maturação dos oócitos (célula germinativa feminina), a ovulação, a luteólise (degradação estrutural e funcional do corpo lúteo) e a atresia do folículo (morte) também são afetadas pela ROS.
 

Pesquisas têm demonstrado o papel dos ROS na fisiologia e patologia das funções reprodutivas masculinas e femininas. Estudos em animais mostraram que os antioxidantes presentes na nutrição são importantes para manter os parâmetros normais do sêmen e para conseguir engravidar.

 

Zinco e apoptose
 

O zinco e as ROS afetam a apoptose, que é importante para a liberação de esperma, regulação da atresia do folículo, degeneração do corpo lúteo e desprendimento endometrial.
 

A apoptose é um modo programado e fisiológico de morte celular, essencial na morfogênese e remodelação do tecido normal.
 

O zinco também possui propriedades anti-apoptóticas. No entanto, concentrações excessivamente elevadas de zinco podem ser tóxicas e podem induzir apoptose ou mesmo necrose. Evidências do envolvimento do zinco na apoptose são indicadas pelas observações de que a deficiência de zinco pode induzir a apoptose em vários tipos de células, enquanto a suplementação de zinco pode proteger as células contra diversas moléculas pró-apoptóticas, evitando a morte celular programada. 
 

A deficiência de zinco é um problema comum, especialmente entre os adolescentes, devido ao pico de crescimento na puberdade: adolescentes têm necessidades maiores de zinco/kg de peso do que os adultos, devido ao papel essencial deste mineral no crescimento e na maturação sexual.
 

O zinco dietético pode ser um fator limitante do crescimento na adolescência e a privação de zinco pode gerar retardo no crescimento e na maturação sexual.
 

O zinco tem papel na espermatogénese através de diversas e complexas vias. A deficiência de zinco está associada com deficiência em todas as etapas da espermatogênese através do estresse oxidativo, apoptose e diminuição da produção de testosterona.
 

A suplementação com zinco tem sido associada com a reversão dos efeitos adversos da deficiência de zinco, levando à redução do estresse oxidativo e ao aumento da testosterona no soro e no homogeneizado testicular.

 

Referências Bibliográficas:

EBISCH, I.M.W. et al. The importance of folate, zinc and antioxidants in the pathogenesis and prevention of subfertility. Hum. Reprod. Update, v. 13, n. 2, p. 163-74. 2007.

OMU, A. E. et al. Molecular basis for the effects of zinc deficiency on spermatogenesis: An experimental study in the Sprague-dawley rat model. Indian J Urol, v. 31, p. 57-64. 2015.

SALGUEIRO, M. J. et al. Zinc deficiency and growth: current concepts in relationship to two important points: Intellectual and sexual development. Biological Trace Element Research, v. 99, n. 1-3, p. 49-69. 2004.

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