Você já ouviu falar sobre a colina?
 

A colina foi oficialmente reconhecida como um nutriente essencial pelo Instituto de Medicina (IOM), em 1998. Apesar de não ser classificada como uma vitamina, ela é um nutriente essencial comumente agrupado com as vitaminas do complexo B.
 

Seu papel no corpo humano é complexo, participando de funções como síntese de neurotransmissores (acetilcolina), sinalização de membrana celular (fosfolipídios), transporte de lipídios (lipoproteínas) e metabolismo do grupo metil (redução da homocisteína). Também desempenha papéis importantes no desenvolvimento do cérebro e da memória no feto e parece diminuir o risco do desenvolvimento de defeitos do tubo neural.
 

Onde encontramos colina?
 

A colina é encontrada em uma ampla variedade de alimentos, sendo fígado, ovos e gérmen de trigo as principais fontes dietéticas. O organismo consegue sintetizar a colina a partir do aminoácido metionina, porém a síntese por si só não é suficiente para atingir as necessidades diárias, o que torna fundamental o fornecimento dietético de colina.
 

A ingestão adequada recomendada (AI) e o limite superior tolerável (UL) para a ingestão de colina em adultos foi fixada em:
 

    Grupo       Idade         AI          UL
  Homens  14 a 18 anos  550 mg/dia   3000 mg/dia
 –    >19 anos  550 mg/dia   3500 mg/dia
  Mulheres  14 a 18 anos  400 mg/dia   3000 mg/dia
   >19 anos  425 mg/dia   3500 mg/dia
 Gestantes  450 mg/dia UL para a idade
 Lactentes  550 mg/dia UL para a idade
 

Dados de avaliação do programa de estudos americano NHANES (2007-2008) mostram que a média de consumo de colina entre as gestantes é de 337mg/d e um estudo (Bell et al, 2016) demonstrou que nenhum dos 25 principais multivitamínicos pré-natais continham a dose indicada de colina pra mulheres grávidas, sugerindo que gestantes não atingem as recomendações diárias de colina. Em 2017, a Associação Médica Americana (AMA) apoiou o aumento da dose de colina em todas as vitaminas pré-natais para 450mg/d de acordo com uma resolução aprovada no Encontro Anual da Associação Médica Americana.
 

Qual o papel da colina?
 

gravidez e o aleitamento são momentos em que a demanda por colina é especialmente alta e o suprimento de colina é crítico. Grandes quantidades de colina são distribuídas ao feto através da placenta e a concentração de colina no líquido amniótico é 10 vezes maior do que a presente no sangue materno. Apesar da capacidade aumentada de sintetizar colina durante a gravidez, a demanda por esse nutriente excede a oferta e as reservas corporais podem ser esgotadas. Como o leite materno é rico em colina, a lactação aumenta ainda mais a demanda, resultando em um esgotamento prolongado dos depósitos teciduais.
 

Estudos com animais relatam que doses adequadas de colina no período pré-natal estão ligadas a um melhor aprendizado, habilidades visuais-espaciais e boa memória ao longo da vida do bebê. Um estudo (Caudill et al, 2018) demonstra que bebês de mães que receberam suplementação de colina ao longo do terceiro trimestre da gestação manifestam respostas mais rápidas a testes cognitivos, sugerindo que que a colina pode ter papel significativo na cognição ao longo da vida.
 

Em adultos saudáveis, estudos sobre os efeitos da administração de colina tiveram resultados que indicam melhoras significativas na memória de curto e longo prazo, bem como melhoras no tempo de aprendizagem e na função lógica.
 

Devido ao seu amplo papel no metabolismo, acredita-se que a deficiência de colina tenha impacto sobre a saúde hepática, podendo levar ao desenvolvimento da doença hepática gordurosa não alcoólica, aterosclerose e possivelmente distúrbios neurológicos. A colina também participa do metabolismo da homocisteína, e sua deficiência leva ao acúmulo dessa substância, aumentando o risco para doença cardiovascular. Portanto, obter uma quantidade adequada de colina na dieta é importante ao longo da vida para uma saúde ideal.
 

 

Referências
 

Bell CC, Aujla J. Prenatal Vitamins Deficient in Recommended Choline Intake for Pregnant Women. J Fam Med Dis Prev. 2016; 2(4).

Caudill MA, Strupp BJ, Muscalu L, Nevins JEH, Canfield RL. Maternal choline supplementation during the third trimester of pregnancy improves infant information processing speed: a randomized, double-blind, controlled feeding study. FASEB J. 2018 Apr;32(4):2172-80.

Nutra Ingrediets USA. Essential brain health nutrient choline flies under formulation radar. 20 de julho de 2017. Disponível em: https://www.nutraingredients-usa.com/Article/2017/07/20/Essential-brain-health-nutrient-choline-flies-under-formulation-radar. Acesso em 20 de abril de 2018.

The Washington Post. The nutrient you didn’t know you were missing. 9 de dezembro de 2016. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/lifestyle/wellness/the-nutrient-you-didnt-know-you-were-missing/2016/12/08/e4b1f922-b64f-11e6-b8df-600bd9d38a02_story.html?noredirect=on&utm_term=.414bc79c1bd5. Acesso em 20 de abril de 2018.

Whitney E, Rolfes SR. Understanding Nutrition. 14 ed. Cengage Learning; 2015. p. 301-42.

Zeisel SH, Costa KA. Choline: An Essential Nutrient for Public Health. Nutr Rev. 2009 Nov; 67(11): 615–623.

Zeisel SH. Choline: Critical Role During Fetal Development and Dietary Requirements in Adults. Annu Rev Nutr. 2006; 26: 229–50.

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