Os anticoncepcionais hormonais orais (AO), também chamados de pílulas anticoncepcionais, são esteroides utilizados isoladamente ou em associação com a finalidade básica de evitar a gravidez.

A partir de 1960, quando os anticoncepcionais orais (AO) tornaram-se disponíveis, a vida da população em todo o mundo mudou devido aos benefícios da contracepção e da liberdade sexual assim como da prevenção e terapêutica de doenças que acometem a saúde da mulher.

Os AO estão listados entre as drogas mais comuns utilizadas em países desenvolvidos e estão entre os medicamentos mais eficazes disponíveis à população. Eles podem ser combinados ou apresentados apenas com progestogênio, neste caso, também conhecidos como minipílulas. Quando combinados, compõem-se de um estrogênio associado a um progestogênio.

Muitas pesquisas têm sido conduzidas para investigar as mudanças fisiológicas que ocorrem em mulheres que utilizam os AO. Em particular, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) chama a atenção para a influência dos AO sobre o requerimento de alguns nutrientes, como ácido fólico, vitaminas E, C e do complexo B e minerais, como magnésio, selênio e zinco.

Ácido fólico 

Um estudo publicado em 1968 mostrou que mulheres que utilizavam anticoncepcionais orais apresentaram baixos níveis séricos de folato (pertencente à família de vitaminas do complexo B) e que essa condição estava relacionada com o tempo de utilização do medicamento, pois os níveis voltaram ao normal após três meses de suspensão do uso dessa medicação. A possível razão para isso  seria a má absorção do folato devido à interação com AO.

Por isso, a suplementação dessa vitamina em mulheres que utilizam anticoncepcionais orais é uma boa alternativa para manter seus níveis adequados.
 

Vitamina B2

Em indivíduos saudáveis, a vitamina B2 é continuamente excretada, por isso é comum observar sua deficiência em pacientes cuja ingestão diária recomendada é insuficiente. Em geral, mulheres em idade fértil são deficientes em vitamina B2, porém o uso de anticoncepcionais pode agravar essa ocorrência.

Pesquisas demonstraram que a suplementação de vitamina B2 melhora deficiências pré-existentes em mulheres que utilizam AO de baixa dose. Além disso, a suplementação de vitamina B2 tem apresentado efeitos benéficos para pacientes com enxaqueca, na medida em que reduz as dores de cabeça, demonstrando, assim, o papel benéfico da suplementação independentemente da ocorrência da deficiência dessa vitamina.

Vitamina B6

Um estudo publicado em 1966 encontrou evidências sobre a relação existente entre o uso de AO e baixos níveis séricos de vitamina B6. A deficiência dessa vitamina aumenta o risco de trombose, por isso sugere-se a suplementação, a fim de reduzir o risco de complicações.

Vitamina B12

Vitamina B12 é um nutriente essencial, mas não é produzida pelo corpo humano, sendo necessário adquiri-la por meio de fontes exógenas, como alimentos de origem animal ou suplementos dietético

Vários estudos mostram que mulheres que utilizam AO apresentam baixos níveis plasmáticos de vitamina B12,porém não se conhece, ainda, o mecanismo responsável por isso. A deficiência de vitamina B12 é fator de risco para defeitos do tubo neural em recém-nascidos. Entretanto, a suplementação de folato, por si só, não melhora o status de vitamina B12 no organismo, sugerindo-se, assim, a suplementação dessa vitamina tanto em mulheres que fazem uso de AO quanto em gestantes.

Vitamina C

A vitamina C é uma vitamina solúvel que atua como cofator em várias reações metabólicas críticas. Sua deficiência leva a complicações como dificuldade de cicatrização, instabilidade vasomotora, entre outras.

Estudos mostram que o uso de AO reduz os níveis de vitamina C nas plaquetas e leucócitos devido à alteração na sua absorção. Por isso, a suplementação é recomendada a fim de manter os níveis adequados desse nutriente nos pacientes submetidos à terapia hormonal.

Vitamina E

Estudos mostram que o uso de AO reduz os níveis séricos de vitamina E, causando hiperatividade plaquetária e aumentando o risco de eventos cardiovasculares adversos.

A terapia hormonal também tem sido relacionada com o aumento do estresse oxidativo. Pesquisas demonstraram que a suplementação de Vitamina C e E pode ser benéfica por diminuir o estresse oxidativo e, assim, diminuir o risco cardiovascular além de manter os níveis adequados desses nutrientes em pacientes que fazem uso de AO.

Zinco

Mulheres que fazem uso de anticoncepcionais orais apresentam baixos níveis de zinco plasmático devido a mudanças na absorção, excreção e turnover desse mineral. Por isso, sugere-se que o requerimento desse mineral pode ser maior para esse grupo de pessoas.

Selênio

Assim como ocorre com o zinco, mulheres que fazem uso de AO também apresentam baixos níveis séricos de selênio. Sua deficiência tem sido relacionada com o aumento do risco de câncer e da doença cardiovascular. Portanto, sugere-se a suplementação desse mineral nesses pacientes.

Magnésio

O uso de anticoncepcionais orais por mulheres em idade fértil reduz os níveis séricos de magnésio. O uso de estrogênio ligado ao cálcio por mulheres na pós-menopausa também tem sido relacionado com a redução dos níveis séricos de magnésio. Além disso, a alteração na relação cálcio/magnésio no organismo leva a complicações na coagulação sanguínea. Portanto, sua suplementação deve ser considerada nesses grupos.

Conclusão

Os dados da literatura mostram, claramente, a relação entre a deficiência de alguns nutrientes e o uso de anticoncepcionais orais.

Por isso, a suplementação nutricional deve ser considerada nesses casos, a fim de prevenir deficiências e minimizar os efeitos colaterais que o medicamento pode causar. O suplemento dietético ideal deve conter vitaminas do complexo B, em conjunto com o ácido fólicovitamina EC bem como minerais, como magnésiozinco e selênio.

 

 

Referências

Palmery, M., Saraceno, A., Vaiarelli, A., & Carlomagno, G. (2013). Oral contraceptives and changes in nutritional requirements. Eur Rev Med Pharmacol Sci, 17(13), 1804-13.

 

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