Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é uma condição crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que pode resultar em prejuízos à saúde. A obesidade é um grave problema de saúde pública e suas complicações incluem diabetes mellitus tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares, osteoartrite, depressão, apneia do sono e alguns tipos de câncer. Na população adulta, o estado nutricional é diagnosticado pelo Índice de Massa Corporal (IMC), que é calculado a partir do peso em quilos dividido pelo quadrado da altura em metros. O excesso de peso e a obesidade são diagnosticados quando o valor do IMC encontra-se acima ou igual a 25 kg/m² e 30 kg/m², respectivamente..
 

A prevalência da obesidade tem aumentado de maneira expressiva e crescente em todas as faixas etárias, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. De fato, dados da pesquisa Vigitel (Ministério da Saúde, Brasil) de 2017 mostraram que cerca de 54% da população brasileira encontra-se acima do peso, sendo que dentre os adultos, aproximadamente 18,9% são obesos, resultados preocupantes para a saúde pública brasileira.
 

Dessa forma, a adoção de uma dieta desequilibrada e a diminuição da prática de atividade física são fatores que interferem no balanço energético do organismo e podem explicar o aumento no número de indivíduos obesos no mundo. Nesse cenário, a nutrição desempenha papel fundamental na prevenção e tratamento da obesidade, proporcionando que a redução de peso ocorra de forma gradual e saudável, garantindo a qualidade de vida do paciente. Dentre os nutrientes que compõe a dieta, alguns minerais podem ser aliados na prevenção e combate ao excesso de peso, atuando através de diferentes mecanismos sobre o manejo da obesidade e controle de gordura corporal.

 

Zinco
 

O zinco é um elemento essencial importante para a função de diversos processos biológicos, incluindo reações enzimáticas de mais de 300 enzimas, muitas das quais apresentam papel crucial no sistema imunológico, crescimento, divisão celular, desenvolvimento reprodutivo e cicatrização de feridas.  Além desses fatores, um estudo demonstrou que a suplementação de zinco em adultos obesos foi capaz de reduzir o peso, circunferência da cintura e índices de IMC, além de melhorar a concentração de triglicérides. Os autores acreditam que os resultados observados envolvam diferentes mecanismos de ação do zinco, como o seu papel na regulação do apetite e influência na ação da insulina.
 

Cálcio
 

O cálcio, além de ser fundamental para a manutenção da saúde óssea em todas as fases da vida, tem sido analisado quanto a sua contribuição nos casos de obesidade e excesso de peso. De fato, estudos demonstram que a deficiência desse mineral está associada a maior peso corporal, ao passo que seu elevado consumo pode reduzir o ganho de peso. Um estudo constatou que o cálcio promove maior excreção fecal de gordura, além de estimular o processo de lipólise (degradação de lipídios em ácidos graxos e glicerol). Outro estudo realizado com mulheres obesas no período pós-menopausa,  mostrou que a suplementação de cálcio pode ser benéfica na mudança da composição corporal. No mesmo sentido, uma revisão sistemática publicada na Nutrition Reviews também observou que a suplementação com o mineral pode contribuir na redução de gordura corporal em indivíduos obesos e com excesso de peso.
 

Magnésio
 

O magnésio é um elemento essencial que desempenha papel fundamental nas atividades enzimáticas do organismo, atuando em mais de 600 reações metabólicas e no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras. Mais especificamente, esse mineral aumenta a sensibilidade à insulina, além de atuar sobre mediadores inflamatórios e alterações pró-aterogênicas. Estudos demonstram que uma ingestão mais alta de magnésio está relacionada com uma menor resistência à insulina, principalmente em indivíduos obesos e com sobrepeso. Além disso, o consumo desse nutriente tem sido inversamente relacionado com a prevalência da síndrome metabólica (transtorno representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular relacionados à deposição central de gordura e resistência à insulina). De fato, uma revisão relatou que para cada aumento de 100 mg/dia na ingestão de magnésio o risco global para desenvolvimento de síndrome metabólica foi reduzido em 17%.
 

Tal como apresentado, além de estratégias como restrição energética e reeducação alimentar, o consumo desses minerais pode apresentar grandes benefícios na redução de gordura corporal, contribuindo, inclusive, no controle de problemas relacionados a obesidade. Vale lembrar que qualquer suplementação deve ser orientada e supervisionada por um profissional da saúde, sempre conforme necessidade.
 

Referências
 

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