O corpo humano é exposto diariamente a uma grande variedade de substâncias tóxicas, que estão presentes no ar, na água, nos alimentos e até mesmo no material plástico de vários itens que utilizamos em nossa rotina. Essas substâncias, absorvidas através do aparelho digestivo, do sistema respiratório e da pele, ficam estocadas no organismo até que uma eventual sobrecarga prejudique seu bom funcionamento. A exposição constante às toxinas bem como seu acúmulo estão relacionados a um maior risco de doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes tipo 2.
 

A desintoxicação de substâncias tóxicas é um processo que ocorre continuamente e de forma natural no organismo, sendo feita principalmente pelo fígado, rins e intestino. Apesar de ser um processo natural, o status nutricional do indivíduo tem um papel relevante na otimização da eliminação de toxinas, uma vez que o aumento da ingestão de líquidos e de alguns nutrientes pode auxiliar o funcionamento dos órgãos responsáveis pela desintoxicação.
 

O fígado é o principal órgão responsável pela inativação ou remoção de substâncias nocivas do organismo, como por exemplo alguns aditivos alimentares, minerais tóxicos, medicações e produtos do próprio metabolismo, como hormônios em excesso. O processo de neutralização das toxinas no fígado ocorre através da ação de determinadas enzimas que requerem, para seu funcionamento, minerais como cobre, ferro, zinco, magnésio, selênio e molibdênio. Neste cenário, a deficiência desses nutrientes pode fazer com que o processo de desintoxicação do fígado seja comprometido e perca eficiência. Além disso, durante a neutralização das toxinas, uma grande quantidade de radicais livres é produzida, aumentando a necessidade da ingestão de antioxidantes como vitaminas C e E, carotenoides, selênio, cobre e zinco.
 

Após sofrerem neutralização, as toxinas são transportadas para o intestino pela bile que será absorvida pelas fibras no trato intestinal, auxiliando sua incorporação no bolo fecal para posterior excreção. Dessa forma, a ingestão adequada de fibras é essencial para o processo de desintoxicação.
 

Os rins também apresentam um papel importante no processo de desintoxicação. De fato, através de um sistema de filtragem sanguínea eficiente, os rins removem substâncias tóxicas do sangue bem como mantém seu equilíbrio químico. Apesar do sódio e potássio serem os minerais mais importantes para a manutenção da função renal, o magnésio e zinco também desempenham função primordial em outras funções dos rins, tal como a produção de prostaglandinas, renina e aldosterona, importantes para a filtração glomerular adequada.
 

Por fim, em conjunto com o fígado e os rins, o intestino completa os principais sistemas de desintoxicação do organismo. Nas vilosidades intestinais as toxinas passam por um processo de neutralização através da ação de enzimas que dependem da presença de cobre, ferro, magnésio e zinco para desempenharem sua atividade.
 

Além disso, a integridade do trato gastrintestinal é de extrema importância, pois atua como uma barreira física para impedir que as toxinas ingeridas (através da alimentação, por exemplo) sejam absorvidas e transportadas para a circulação. Neste contexto, o zinco apresenta papel primordial, uma vez que esse mineral atua na regulação das proteínas responsáveis pela união entre as células do intestino, essencial para a integridade do epitélio intestinal.
 

Apesar dos nutrientes desempenharem importante papel na manutenção do bom funcionamento de todos os órgãos e sistemas envolvidos na eliminação das toxinas, a definição de qual nutriente bem como da quantidade a ser ingerida deve ser individualizada de modo a otimizar a desintoxicação do organismo. Dessa forma, é importante que haja sempre o acompanhamento de um profissional de saúde para definir qual a melhor estratégia nutricional.
 

Referências
 

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