A deficiência de vitamina K pode ser crítica para as mães e especialmente para os bebês. Estima-se que esta deficiência acometa cerca de 50% de todos os recém-nascidos. Por esse motivo, o Ministério da Saúde recomenda a aplicação de vitamina K por meio de injeção intramuscular nos recém-nascidos. Alguns hospitais permitem optar pela administração oral da vitamina.

 

A vitamina K é essencial para coagulação sanguínea. Quando os níveis da vitamina caem, a coagulação do sangue também diminui, podendo resultar em sangramento por deficiência de vitamina K ou “doença hemorrágica do recém-nascido”. Além da coagulação, a vitamina K é fundamental para outras importantes funções fisiológicas, que incluem a mineralização dos ossos e a promoção da saúde cardiovascular através da inibição da calcificação dos vasos sanguíneos.

 

A carência de vitamina K nos bebês é agravada pelo fato de não possuírem microbiota intestinal desenvolvida, que contém bactérias benéficas que produzem vitamina K. Soma-se a isso a dificuldade com a qual a vitamina K atravessa a placenta da mãe para o bebê, resultando em níveis muito baixos da vitamina armazenados no seu organismo ao nascimento, e a sua pequena quantidade presente no leite materno, o que pode ser decorrente de níveis inadequados da vitamina na própria mãe.

 

A partir de estudos que avaliaram a concentração de vitamina K no leite materno, estima-se que um recém-nascido consuma menos de um micrograma desta vitamina por dia. Esta quantidade corresponde a apenas cerca de 20% da ingestão diária recomendada para bebês, quantidade muito aquém do necessário para manutenção da saúde.

 

Estudos demonstraram que a suplementação de vitamina K durante a gestação melhora a coagulação das gestantes e otimiza os fatores de coagulação dependentes de vitamina K no sangue do cordão umbilical, reduzindo a incidência e severidade de desordens hemorrágicas em recém-nascidos.

 

Outro estudo relatou que a suplementação da gestante com vitamina K por duas semanas, pelo menos 10 dias antes do parto, levou ao maior fornecimento de vitamina K para o bebê através da placenta e manteve a ativação de fatores de coagulação dependentes desta vitamina até pelo menos o quinto dia de vida do bebê.

 

O benefício para o bebê da suplementação de vitamina K vai além do nascimento, já que o aumento do consumo da vitamina pela mãe também aumenta os seus níveis no leite materno.

 

É importante notar que a vitamina K pode ser naturalmente encontrada em duas formas quimicamente semelhantes, porém distintas: a filoquinona (vitamina K1) e as menaquinonas (vitamina K2). Em geral, os estudos descritos acima foram realizados com doses diárias muito altas de vitamina K1.

 

No entanto, a suplementação materna com vitamina K2, na forma de menaquinona-7 (MK-7), pode ser uma maneira muito mais eficiente e segura de garantir os níveis adequados de vitamina K para o bebê. Estudos indicam que a MK-7 apresenta maior biodisponibilidade e eficácia e permanece por muito mais tempo no organismo após o seu consumo em doses muito menores do que a vitamina K1 ou K2 na forma de menaquinona-4 (MK-4).

 

A MK-7 é sintetizada por bactérias e é encontrada em alimentos fermentados como queijos e, principalmente, na soja fermentada (natto), típica da dieta japonesa e pouco consumida no ocidente. Dessa forma, o seu consumo em níveis adequados é muito difícil de ser atingido exclusivamente através da alimentação, o que ressalta a importância da sua suplementação em gestantes e lactantes para a manutenção da saúde materna e do bebê.

 

Em suma, a suplementação das mães com a vitamina K2 na forma de MK-7 durante a gestação ou amamentação pode ser uma forma eficiente e segura de garantir os níveis adequados de vitamina K para suprir as demandas do organismo da própria mãe e do bebê, podendo ser consumida em doses muito menores do que outras formas da vitamina K.

 

 

Referências
Greer FR (1999). Vitamin K status of lactating mothers and their infants. Acta Paediatr Suppl, 88(430):95-103.
Suttie JW (1995). The importance of menaquinones in human nutrition. Annu Rev Nutr, 15:399-417.
Benno YK et al. (1985). The intestinal microflora of infants: fecal flora of infants with vitamin K deficiency. Microbiol Immunol, 29(3):243-50.
Greer FR et al. (1997) Improving the vitamin K status of breastfeeding infants with maternal vitamin K supplements. Pediatrics, 99(1):88-92.
Liu J et al. (2006) Maternal antenatal administration of vitamin K1 results in increasing the activities of vitamin K-dependent coagulation factors in umbilical blood and in decreasing the incidence rate of periventricular-intraventricular hemorrhage in premature infants. J Perinat Med, 34(2):173-6.
El-Ganzoury MM et al. (2014). Antenatal administration of vitamin K1: relationship to vitamin K-dependent coagulation factors and incidence rate of periventricular-intraventricular hemorrhage in preterm infants; Egyptian randomized controlled trial. J Matern Fetal Neonatal Med, 27(8):816-20.
Anai T et al. (1993) Can prenatal vitamin K1 (phylloquinone) supplementation replace prophylaxis at birth? Obstet Gynecol, 81(2):251-4.
Sato T et al. (2012). Comparison of menaquinone-4 and menaquinone-7 bioavailability in healthy women. Nutr J, 11:93.
Schurgers LJ et al. (2007). Vitamin K-containing dietary supplements: comparison of synthetic vitamin K1 and natto-derived menaquinone-7. Blood, 109(8):3279-83.

Disclaimer

O conteúdo do site não se destina a diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença. Todas as informações são baseadas em evidências científicas, porém fornecidas apenas para fins informativos e com o objetivo de exercer uma comunicação business-to-business (B2B).

Disclaimer

The content of the website is not intended to diagnose, treat, cure or prevent any disease. All information is based on scientific evidence but provided for informational purposes only and with the aim of exercising business-to-business (B2B) communication.

Disclaimer

El contenido del sitio web no está destinado a diagnosticar, tratar, curar o prevenir ninguna enfermedad. Toda la información se basa en evidencia científica, pero se proporciona solo con fines informativos y con el objetivo de ejercer la comunicación de empresa a empresa.