O crescimento é um processo contínuo, regular e extremamente organizado, que se inicia com a fecundação e se traduz por meio do aumento no tamanho corporal do indivíduo. É um processo multifatorial, que depende tanto de aspectos genéticos e metabólicos, até condições socioeconômicas e de qualidade de vida. Com isso, todo ser humano nasce com um potencial genético de crescimento, que pode ou não ser atingido, de acordo com as circunstâncias de seu meio.

Nesse sentido, a baixa estatura é a manifestação clínica de um crescimento deficiente, onde sua causa pode ser resultante de fatores genéticos, endócrinos e inclusive, nutricionais. A carência de alguns micronutrientes, como o cálcio e a vitamina D podem comprometer o crescimento e desenvolvimento normal durante a infância, uma vez que ambos estão associados ao metabolismo ósseo. O adequado consumo destes dois nutrientes implica em uma melhora na formação do esqueleto, podendo até prevenir a osteoporose na vida adulta. Além do cálcio e da vitamina D, o zinco também é outro mineral de extrema relevância, já que sua deficiência pode afetar o metabolismo do hormônio do crescimento, e consequentemente, tornar-se um fator limitante no mecanismo de regulação deste processo.

O cálcio é essencial para a mineralização óssea e deste modo, é de extrema importância para um crescimento adequado. Apesar disso, dados de uma pesquisa realizada pela Fundação Internacional de Osteoporose (IOF) mostraram que o consumo médio de cálcio no Brasil pela dieta alcança a marca de 500-600 mg/dia, sendo que, para crianças, o Institute of Medicine recomenda a ingestão de 700 mg/dia no início da infância e de 1300 mg/dia na puberdade. Dados da POF (Pesquisa Orçamento Familiar) de 2008/2009 também são alarmantes, uma vez que indicam que brasileiros de 10 a 18 anos consumam em média de 521mg a 565mg de cálcio por dia, valores também abaixo da recomendação para a faixa etária.

Por sua vez, a vitamina D é um pró-hormônio biologicamente inativo, sendo ativado por meio de hidroxilações que acontecem no fígado e nos rins. É um nutriente fundamental para a saúde, atuando principalmente na regulação da homeostase do cálcio, que é determinante para a formação de um esqueleto saudável. Assim, a deficiência de vitamina D na infância pode trazer danos graves nos processos de mineralização e crescimento, sendo que o raquitismo é uma das doenças mais conhecidas provenientes dessa carência. Assim como o cálcio, estudos demonstram que no Brasil a ingestão alimentar de vitamina D é inferior à recomendação das DRIs (Ingestão Dietética de Referência), principalmente quando se fala de crianças e adolescentes.

Por fim, o zinco é um mineral que participa de processos de divisão celular, contribuindo para síntese de DNA e RNA, no metabolismo de proteínas e no crescimento e desenvolvimento do organismo. Uma revisão sistemática seguida de meta-análise, publicada em 2018 na revista Nutrients, analisou diversos ensaios clínicos randomizados e constatou que a suplementação de zinco em crianças melhora significativamente o crescimento infantil, principalmente nas maiores de 2 anos. Por isso, é extremamente importante realizar o acompanhamento pediátrico,
monitorando continuamente a evolução e o crescimento da criança e até identificando possíveis carências e doenças. A deficiência de nutrientes como o cálcio, zinco e vitamina D comprometem o desenvolvimento ósseo, prejudicando o alcance da altura programada geneticamente. Atentar-se ao consumo destes nutrientes é imprescindível e a suplementação pode ser uma boa alternativa nos casos em que a ingestão pela alimentação é insuficiente.

Referências
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