O mercado de nutrição esportiva é repleto de ativos já consolidados, como a cafeína, a creatina e o whey protein, mas você sabe dos benefícios da colina para o desempenho físico? Em razão do Dia Mundial da Atividade física, celebrado todo dia 06 de abril, vamos ressaltar a ação deste nutriente essencial na melhora da performance esportiva.

 

Existem evidências científicas robustas da ação da colina nos cenários de saúde pré-natal, hepática e cognição, fazendo com que este ingrediente ganhe cada vez mais espaço no mercado de suplementos nutricionais. Contudo, ela ainda é pouco explorada no cenário de esportes, apesar do embasamento científico. Mas afinal, como a colina atua?

 

A colina possui um papel central em diversas vias metabólicas, atuando tanto na função quanto na estrutura celular, e podendo ser encontrada de forma livre na corrente sanguínea ou no interior das células 1. Seus principais mecanismos de ação incluem a síntese de neurotransmissores (acetilcolina) e sinalização da membrana celular (fosfolipídios), processos responsáveis pela resposta cérebro-músculo; no transporte de lipídios (lipoproteínas); e também na doação de grupos metil na redução dos níveis de homocisteína, uma molécula oxidativa que, em altos níveis, desencadeia prejuízos à saúde 1.

 

A colina é essencial para a saúde humana em todas as fases da vida, e para todos os indivíduos, seja ele sedentário ou atleta de elite. No caso de atletas e praticantes de atividade física extenuante, a necessidade é ainda maior, isso porque, exercícios de alta intensidade e longa duração, como maratonas, podem estressar várias das vias metabólicas da colina, diminuindo sua disponibilidade para o organismo (Figura 1), e consequentemente aumentando sua demanda para o substrato metabólico 1.

 

Figura 1. Quantificação dos níveis plasmáticos de colina em atletas após a Maratona de Boston de 1985 e 1986, mostrando uma queda de 40% pós exercício 2, 3.

 

Essa queda aguda de colina está associada a falhas na transmissão do impulso nervoso e na inibição do movimento muscular ótimo devido à atrasos na comunicação neuromuscular 1. Isso ocorre porque a comunicação do cérebro com os músculos acontece por meio de neurônios, e para que esse impulso elétrico ocorra de forma rápida e eficaz é necessário que haja a proteção da bainha de mielina, que atua como uma “capa protetora” otimizando a sinalização cérebro-músculo. A colina atua justamente na síntese de mielina e, dessa forma, auxilia no fluxo neuronal 4.

 

De fato,  um estudo demonstrou que maratonistas que apresentaram níveis de colina em condições ideais tiveram uma melhor performance no ritmo e tempo de finalização da prova, do que os maratonistas que tiveram uma queda brusca nas concentrações de colina 5. Em outro estudo duplo-cego e controlado por placebo, também com maratonistas, o grupo suplementado com colina 1 hora antes e após 10 km de corrida, tiveram um tempo de execução da prova significativamente menor quando comparados ao placebo 6.

 

Além da influência indireta no sistema muscular, a colina tem ação direta na função cognitiva. Dessa forma, assim como baixos níveis estão associados a uma cognição prejudicada 7, sua suplementação está associada a uma melhor performance cognitiva 8, caracterizada pela melhora da acurácia, memória, foco e coordenação motora. Um estudo, conduzido em 2004, verificou que a performance cognitiva foi comprometida após 5 dias de treinamento intenso, com redução significativa nos níveis de colina em seus participantes 9. Ao passo que a Naber et al. (2015) verificaram que, após 70 minutos da suplementação de colina ocorre uma melhora da performance viso-motora e diminuição do tamanho da pupila (um indicador da ação da colina no SNC), mostrando que a colina é capaz de promover uma rápida alteração no SNC e no comportamento após a ingestão, por meio do aumento da acurácia e do foco 8.

 

Mas não para por aí, ao inibir o acúmulo de homocisteína, a colina desempenha um papel crítico na síntese e na otimização do óxido nítrico (NO), um vasodilatador que ajuda a maximizar o fluxo de oxigênio e nutrientes para os músculos 10. Além disso, a colina participa do processo de remoção e transporte adequados das gorduras para fora do fígado, transformando-as em energia e combustível para corpo 11.

 

Portanto, a manutenção de níveis adequados de colina no organismo é necessária para a obtenção de uma melhor performance cognitiva e muscular, que resultam em um desempenho físico superior. Para tal, a suplementação de colina é uma excelente forma de garantir estes benefícios, de forma prática, segura e eficaz.

 

Produzido por: Pietra Sacramento Prado, BSc

 

 

Referências

  1. Penry J.T., Manore M.M. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2008;18(2):191-203.
  2. Conlay L.A., Wurtman R.J., Blusztajn K., Coviella I.L., et al. N Engl J Med. 1986;315(14):892.
  3. Conlay L.A., Sabounjian L.A., Wurtman R.J. Int J Sports Med. 1992;13 Suppl 1:S141-142.
  4. Sanders L.M., Zeisel S.H. Nutr Today. 2007;42(4):181-186.
  5. Buchman A.L., Jenden D., Roch M. J Am Coll Nutr. 1999;18(6):598-601.
  6. Sandage B.W., Sabounjian R.N., White R., Wurtman R.J. Physiologist. 1992;35(4):236.
  7. Nurk E., Refsum H., Bjelland I., Drevon C.A., et al. Br J Nutr. 2013;109(3):511-519.
  8. Naber M., Hommel B., Colzato L.S. Sci Rep. 2015;5:13188.
  9. Pierard C., Beracochea D., Peres M., Jouanin J.C., et al. Neuropsychobiology. 2004;49(4):210-217.
  10. Maiorana A., O’Driscoll G., Taylor R., Green D. Sports Med. 2003;33(14):1013-1035.
  11. Corbin K.D., Zeisel S.H. Curr Opin Gastroenterol. 2012;28(2):159-165.

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