O período da gestação merece o máximo de atenção no que se refere a ingestão de quantidades adequadas de macro e micronutrientes, uma vez que além da sua própria saúde, a gestante precisa garantir o crescimento e desenvolvimento fetal.

 

A nutrição no período pré-natal envolve mais que o ganho de peso e ingestão calórica. De fato, a ingestão diária recomendada (IDR) de muitos nutrientes aumenta durante a gestação. Vale mencionar que a única fonte de nutrientes do bebê provem da ingestão e reservas nutricionais materna.

 

A deficiência de micronutrientes ocorre quando a gestante não consome quantidades suficientes destes para manter o funcionamento adequado do organismo e o desenvolvimento do bebê, podendo ocasionar uma série de efeitos adversos à mãe e ao bebê a curto e longo prazo.

 

Deficiências de micronutrientes no feto e no início da vida podem alterar o metabolismo, a vasculatura e o crescimento e função dos órgãos, inclusive levando a um risco aumentado de obesidade, alteração da função renal, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares mais tarde na vida.

 

Um estudo recente publicado na prestigiada revista científica JAMA que avaliou a ingestão nutricional de 1.003 gestantes americanas descobriu que, mesmo considerando o consumo de suplementos nutricionais, muitas delas não consumiam quantidades suficientes de diversos nutrientes essenciais, como: colina, folato, ferro, cálcio, magnésio, potássio, zinco e vitaminas A, C, D, E, K e B6.

 

A seguir, são descritas algumas das principais consequências das deficiências nutricionais para a saúde da mãe e do bebê.

 

Riscos para a gestante associados a deficiências nutricionais
Gestantes que apresentam deficiências em nutrientes específicos têm um risco aumentado de uma série de complicações de saúde:
 

  • A deficiência de ferro é uma causa comum de anemia e afeta mais 40% das gestantes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A anemia aumenta o risco de parto prematuro e morbidade e mortalidade materna. Por exemplo, mulheres com anemia têm um risco aumentado de morte por sangramento durante o parto.
  • A deficiência de vitamina B12 está associada a anemia e seus sintomas, bem como a complicações neurológicas.
  • A deficiência de vitamina K está associada a distúrbios da coagulação do sangue, o que representa riscos particularmente durante o parto, quando as mulheres perdem quantidades substanciais de sangue.
  • A deficiência de zinco ou magnésio está associada à pré-eclâmpsia (hipertensão durante a gravidez), ruptura prematura das membranas (quando o saco amniótico se rompe antes do início do trabalho de parto) e parto prematuro.
  • A deficiência de iodo está associada ao mau prognóstico da gestação, incluindo aborto espontâneo e morte no nascimento.

 
Riscos para o bebê associados a deficiências nutricionais
A deficiência materna de micronutrientes também pode afetar o desenvolvimento e a saúde do feto, inclusive com possíveis prejuízos a longo prazo:
 

  • A deficiência de folato ou colina está associada a defeitos no desenvolvimento do tubo neural (a partir do qual o cérebro e a medula espinhal se desenvolvem), o que pode resultar em doenças como a espinha bífida.
  • A deficiência de cálcio restringe o desenvolvimento do esqueleto fetal.
  • A deficiência de ferro está associada ao retardo do crescimento intrauterino e baixo peso ao nascer, bem como pode afetar a absorção de folato.
  • A deficiência de vitamina D está associada ao raquitismo fetal, uma condição caracterizada por fragilidade óssea e prejuízos do desenvolvimento físico do bebê.
  • A deficiência de zinco está associada ao retardo do crescimento fetal e nomalias congênitas.
  • A deficiência de iodo está associada a diversas complicações para o bebê, como: anomalias congênitas, aumento do risco de mortalidade infantil, cretinismo neurológico (condição congênita de baixa secreção do hormônio tireoidiano que prejudica o desenvolvimento cognitivo), deficiência mental, estrabismo e nanismo (estatura muito baixa).

 

Considerações finais
Considerando a importância da nutrição durante o período pré-natal para a manutenção do organismo materno e desenvolvimento fetal adequado, a adoção de uma dieta balanceada e o consumo de suplementos alimentares específicos para as necessidades da gestante são fundamentais para a saúde da mãe e do bebê.

 
Produzido por: Andrea Rodrigues Vasconcelos, PhD

 

Referências
Bailey RL et al. (2019). Estimation of Total Usual Dietary Intakes of Pregnant Women in the United States. JAMA Netw Open. 2(6):e195967. doi:10.1001/jamanetworkopen.2019.5967
Christian P et al. (2010). Maternal Micronutrient Deficiency, Fetal Development, and the Risk of Chronic Disease, The Journal of Nutrition. 140(3):437–445. doi:10.3945/jn.109.116327
Wu, G. Bazer, F. Cudd, T. et al. Maternal Nutrition and Fetal Development. J Nutrition. 2004; 134: 2169-72.
Matin-Gronert, M. Ozanne, S. Maternal nutrition during pregnancy and health of the offspring. Information Processing and Molecular Signalling. 2006; 34(5): 779-82.
Health Engine. Under-Nutrition Before and During Pregnancy. Disponível em: < https://healthengine.com.au/info/under-nutrition-before-and-during-pregnancy > Acesso em: 13 de dezembro de 2020.

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