Idealizado pela Sociedade Internacional de Nefrologia, o Dia Mundial do Rim, celebrado na segunda quinta-feira do mês de março, tem como meta reduzir a incidência de doença renal no mundo. Neste ano, a data será comemorada no dia 12 de março. A Sociedade Brasileira de Nefrologia lidera a campanha no Brasil, que terá como tema “Saúde dos rins para todos. Ame seus rins. Dose sua creatinina!” com o objetivo de alertar sobre os fatores de risco para a Doença Renal Crônica (DRC) e incentivar os cuidados dos rins.

 

A DRC se caracteriza pela perda lenta e progressiva da função renal, com diversas consequências negativas para a saúde, uma vez que os rins têm muitas funções importantes, como “filtrar” o sangue, eliminar as toxinas do organismo, regular a pressão arterial, produzir hormônios, entre outras.

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a prevalência da DRC no mundo é de 7,2% para indivíduos acima de 30 anos e 28-46% em indivíduos acima de 64 anos. Estima-se que haja atualmente mais de 850 milhões de pessoas com doença renal, o que é aproximadamente o dobro do número de pessoas com diabetes (422 milhões) e 20 vezes mais do que a prevalência de câncer (42 milhões). No Brasil, a estimativa é de que mais de 10 milhões de pessoas tenham a doença, sendo que desses, 90 mil estão em hemodiálise (tratamento para filtrar o sangue em pacientes com DRC), número que cresceu mais de 100% nos últimos dez anos.

 

É importante notar que indivíduos com DRC correm maior risco de sofrerem complicações cardiovasculares como calcificação arterial e rigidez vascular, que aumenta à medida que a função renal diminui. Este risco aumentado está frequentemente associado à deficiência de uma vitamina pouco comentada, mas com importante função na saúde cardiovascular: a vitamina K2.

 

As vitaminas K são um grupo de vitaminas que se apresentam em duas formas principais: a vitamina K1 (filoquinona) e a vitamina K2 (menaquinona). Todas as vitaminas K são necessárias para a coagulação sanguínea adequada, enquanto a vitamina K2 – e não a K1 – é essencial não só para evitar depósitos de cálcio nos vasos sanguíneos, mas também para construir e manter ossos fortes e saudáveis. A vitamina K2 existe em várias formas, sendo a menaquinona-7 (MK-7) a que apresenta ação mais prolongada no organismo.

 

 Estudos clínicos demonstraram que a suplementação de vitamina K2 foi associada a uma redução da rigidez arterial (um indicativo de calcificação vascular) em adultos saudáveis, em pacientes com DRC em hemodiálise e em pacientes com transplante renal. A prevalência de deficiência de vitamina K em pacientes com DRC é de até 80%, o que pode ser devido à dieta limitada destes pacientes, geralmente pobre em vitamina K2. Além disso, nesses pacientes, a insuficiência desta vitamina está associada ao aumento do risco de mortalidade.

 

Um estudo clínico de 2017 avaliou o efeito da suplementação da vitamina K2 (MK-7, MenaQ7®), na dose de 360 μg por dia, em 60 homens e mulheres com transplante renal. Foi constatado que mais da metade dos participantes apresentava deficiência desta vitamina. A principal conclusão do estudo foi que a suplementação da vitamina K2 por um curto período (oito semanas) foi associada à redução da proporção de pacientes com deficiência da vitamina de 53,3% para 13,3%, acompanhada da redução significativa da rigidez arterial. Este estudo é um dos muitos de demonstram os benefícios que a vitamina K2 oferece à saúde cardiovascular.

 

Em suma, a suplementação com a vitamina K2 em pacientes com DRC, sempre sob supervisão médica, pode ser uma estratégia terapêutica interessante para tratar ou prevenir o progresso da calcificação vascular e, dessa forma, reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

 

 

Referências
Sociedade Brasileira de Nefrologia. Dia Mundial do Rim 2020. https://sbn.org.br/dia-mundial-do-rim/ano-2020 (Acessado em 9 de março de 2020).
Jager KJ, Kovesdy C, Langham R, Rosenberg M, Jha V, Zoccali C (2019). A single number for advocacy and communication—worldwide more than 850 million individuals have kidney diseases. Nephrol Dial Transpl. 34(11):1803–1805.
Shea MK, Booth SL (2019). Vitamin K, Vascular Calcification, and Chronic Kidney Disease: Current Evidence and Unanswered Questions. Curr Dev Nutr. 4;3(9):nzz077.
Mansour AG, Hariri E, Daaboul Y, Korjian S, El Alam A, Protogerou AD, Kilany H, Karam A, Stephan A, Bahous SA (2017). Vitamin K2 supplementation and arterial stiffness among renal transplant recipients – a single-arm, single-center clinical trial. J Am Soc Hypertens. Pii: S1933-1711 (17) 30255-3.

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