O trato gastrointestinal (TGI) humano é colonizado por uma rede complexa de milhões de microrganismos, que constituem nossa microbiota intestinal, também comumente chamada de “flora” intestinal [1]. O que muita gente não sabe é que o status da microbiota intestinal está diretamente relacionado ao desenvolvimento de doenças físicas e mentais. Isso porque 70% do sistema imune está localizado no TGI e centenas de substâncias neuroquímicas, que o cérebro utiliza para regular processos fisiológicos básicos e processos mentais, como aprendizagem, memória e humor, são produzidas no intestino [2]. Além disso, o intestino é a porta de entrada para microrganismos causadores de doenças, portanto, quando a integridade da barreira intestinal está mantida, o risco de desenvolvimento de doenças também diminui.

 

As bactérias benéficas presentes na microbiota apresentam funções importantes, que geram inúmeros benefícios para a saúde, como a otimização da absorção de nutrientes, prevenção de infecções e modulação do sistema imune normal [1]. Contudo, a composição da microbiota intestinal está em constante mudança e é influenciada por diversos fatores como o envelhecimento, o estresse, a alimentação, o uso de medicamentos, doenças e quadros inflamatórios e até mesmo o estresse, que podem prejudicar esse ecossistema tão delicado [3]. A fim de garantir a restauração e manutenção, além de balancear a atividade e o ecossistema saudável desses microrganismos, a suplementação e/ou alimentação rica em probióticos e prebióticos são ferramentas importantes. Mas qual a diferença entre esses dois grupos? 

 

  • Probióticos

Os probióticos são as próprias bactérias benéficas, presentes em iogurtes e bebidas lácteas fermentadas, que ajudam a manter a microbiota intestinal em equilíbrio [4]. Os probióticos têm inúmeras funções em organismos humanos, com destaque a manutenção do equilíbrio adequado entre os agentes causadores de doenças e as bactérias benéficas, que são necessárias para um funcionamento normal do organismo [5]. De fato, o uso de probióticos é recomendado principalmente após o uso prolongado de antibióticos, ou quadros de contaminação alimentar, como a salmonela [1]. As espécies mais comuns, utilizadas na suplementação com probióticos, são as dos gêneros Lactobacillus, Bifidobacterium e Lactococus [1].

 

  • Prebióticos

Os prebióticos são componentes alimentares não-digeríveis (fibras) que estimulam a proliferação dos probióticos, atuando como um “alimento” para esses microrganismos benéficos. Eles podem ser encontrados em frutas, vegetais e cereais, como tomate, bananas, alho, cebola, aveia e linhaça [1]. Atualmente, os tipos mais utilizados para a suplementação são os oligosacarídeos fruto-oligossacarídeos e galacto-oligossacarídeos. Os prebióticos podem ser usados como alternativa aos probióticos ou como um suporte adicional.

 

Considerando seus diferentes benefícios, a combinação de probióticos e prebióticos apresenta efeitos ainda melhores para a saúde humana, pois agem de forma sinérgica. A estimulação de probióticos por meio dos prebióticos resulta numa melhor atividade metabólica intestinal, no desenvolvimento da microbiota benéfica e na inibição de potenciais patógenos presentes no trato gastrointestinal [1]. Dessa forma, se o intestino vai bem, o corpo todo fica bem, e seu organismo se beneficia desse bem-estar.

 

Produzido por: Pietra Sacramento Prado, BSc e Denise Dias, MSc.

 

 

Referências

  1. Markowiak, P. and K. Slizewska, Effects of Probiotics, Prebiotics, and Synbiotics on Human Health. Nutrients, 2017. 9(9).
  2. Carpenter, S. That gut feeling. 2012 [Acesso 13/05/2021]; American Psychological Association (APA):[Disponível em: https://www.apa.org/monitor/2012/09/gut-feeling#:~:text=Gut%20bacteria%20also%20produce%20hundreds,both%20mood%20and%20GI%20activity.
  3. Wang, H.X. and Y.P. Wang, Gut Microbiota-brain Axis. Chin Med J (Engl), 2016. 129(19): p. 2373-80.
  4. A. C. CAMARGO. Prebiótico x probiótico: saiba a diferença e por que são importantes para a saúde. 2019 [Acesso 17/05/2021]; Disponível em: https://www.accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/prebiotico-x-probiotico-saiba-diferenca-e-por-que-sao-importantes-para.
  5. Oelschlaeger, T.A., Mechanisms of probiotic actions – A review. Int J Med Microbiol, 2010. 300(1): p. 57-62.

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