A neuropatia é uma doença neurológica que compromete fibras nervosas periféricas, recebendo, por isso, o nome de neuropatia periférica (NP) [1]. Essa patologia é dita multifatorial por ter várias possíveis causas como fatores metabólicos, genéticos, infecciosos e tóxicos.

 

Para se ter ideia, uma das principais formas de desenvolver a NP é a partir do diabetes mellitus, uma doença crônica que afeta quase 400 milhões de pessoas no mundo [2]. Outra causa comum da NP é como efeito colateral da quimioterapia, a depender da dose, frequência e duração do tratamento do câncer. Porém, os sintomas podem persistir por longos períodos, mesmo após a finalização da quimioterapia [1].

 

Os sintomas da NP são bastante variados, mas pode-se destacar a fraqueza, perda da massa muscular, perda do equilíbrio e perda das sensações nos pés e nas mãos [1, 3]. Outros sintomas comuns são alterações da sudorese, incontinência urinária, arritmia cardíaca, sintomas gastrointestinais e disfunção erétil [3].

 

Por ser uma enfermidade ainda sem cura, os tratamentos existentes para NP têm o objetivo de minimizar a gravidade dos sintomas, especialmente a severidade da dor, a fim de promover um mínimo de qualidade de vida ao paciente. Os estudos clínicos têm se aprofundado na busca de uma alternativa complementar, que atue em combinação com as terapias disponíveis, com destaque para a suplementação nutricional [4]. 

 

Nesse contexto, destaca-se o selênio, um elemento essencial para o equilíbrio oxidativo do organismo. O papel nutricional do selênio no organismo é devido à atividade das selenoproteínas [5]. Basicamente, as principais funções atribuídas às selenoproteínas e, consequentemente, ao selênio, incluem a sua capacidade antioxidante, neuroprotetora e sua participação na manutenção do sistema imune [5, 6].

 

Alguns estudos têm demonstrado o papel neuroprotetor desse mineral em estudos pré-clínicos. Erken et al. (2014) investigaram a administração oral do selênio, em ratos submetidos a três dias de cisplatina, um quimioterápico muito usado no tratamento oncológico. O estudo mostrou que o selênio preveniu a perda de axônios periféricos, a diminuição da velocidade de condução axonal, bem como a redução da amplitude do potencial de ação do neurônio, evitando condições de neurotoxicidade induzida pela quimioterapia e prevenindo o desenvolvimento da NP nos animais suplementados [7].

 

Em conjunto, os estudos preliminares indicam que o selênio tem um grande potencial como aliado na prevenção e/ou retardo do desenvolvimento da NP, merecendo investigações mais profundas e detalhadas sobre seu possível mecanismo de ação e benefícios aos pacientes.

 

Produzido por: Renata Cavalcanti, PhD e Pietra Sacramento Prado, BSc.

 

 

Referências

  1. Eldridge, S., L. Guo, and J. Hamre, 3rd, A Comparative Review of Chemotherapy-Induced Peripheral Neuropathy in In Vivo and In Vitro Models. Toxicol Pathol, 2020. 48(1): p. 190-201.
  2. Guariguata, L., et al., Global estimates of diabetes prevalence for 2013 and projections for 2035. Diabetes Res Clin Pract, 2014. 103(2): p. 137-49.
  3. Watson, J.C. and P.J. Dyck, Peripheral Neuropathy: A Practical Approach to Diagnosis and Symptom Management. Mayo Clin Proc, 2015. 90(7): p. 940-51.
  4. Rowin, J., Integrative neuromuscular medicine: Neuropathy and neuropathic pain: Consider the alternatives. Muscle Nerve, 2019. 60(2): p. 124-136.
  5. Rayman, M.P., Selenium and human health. Lancet, 2012. 379(9822): p. 1256-68.
  6. Ahmed, A.A., M.A. Selim, and N.M. El-Sayed, alpha-Lipoic acid ameliorates oral mucositis and oxidative stress induced by methotrexate in rats. Histological and immunohistochemical study. Life Sci, 2017. 171: p. 51-59.
  7. Erken, H.A., et al., Selenium partially prevents cisplatin-induced neurotoxicity: a preliminary study. Neurotoxicology, 2014. 42: p. 71-5.

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